Ah, o ultraje!

Pronto. Habitualmente não escrevo sobre notícias e polémicas e o diabo a sete. Mas bem, depois de ter lido isto não posso, simplesmente, deixar de mandar o meu filetezinho. Então segundo esta notícia, as cultíssimas pessoas no facebook não gostaram da promoção da Fnac, aliás, sentiram-se insultadas e ofendidas. Note-se bem que, não tendo eu facebook, não sei realmente o que foi dito, mas de acordo com a notícia do jornal, já é um caso polémico. E assim sendo, segue-se a minha posta de pescada. Quando vi a campanha da Fnac, pensei em primeiro lugar, que comparação totó. Mas depois oralizei, meus filhos, e apercebi-me então de que Maias a Meyer, é um passinho, sendo então óbvio o motivo da escolha destes dois nomes, e aliás, numa livraria, por muito que por vezes me custe, não há, supostamente, hierarquia de autores, sendo que são os dois válidos. Agora, que todos os santinhos existentes no mundo me livrem da Meyer, que já apanhei conversa suficiente sobre ela no primeiro ano da universidade (sim, leram bem) por parte dos meus colegas em trabalhos de Português e Inglês (já agora, fiz sobre Tolkien, what else? Quem me vier dizer que é para crianças que vá ver os livros e depois venha com a lengalenga habitual dos falhados - ah, é tão descritivo e pesado, nhanhanha, coitadinho de mim. De qualquer forma tratei mais sobre as variadas dicotomias presentes na obra do que sobre a história em si, só para verem como sou inteligente). No entanto, em breves passagens pela Bertrand, admito que cometi a blasfémia de ter lido algumas páginas dessa porcaria denominada nós-sabemos-o-quê da autora Meyer só para ver se seria assim tão bom como as pessoas diziam ser, ou tão medíocre como deduzi ser e muito rapidamente pude concluir que eu tinha razão, e mais, que ainda era pior do que eu alguma vez poderia ter imaginado. Para as pessoas que agora me vêm com a treta do "ah, mas não leste a "obra" toda, não pdoes realmente saber, blá blá blá" eu digo, desde quando é que um livro é só a porcaria da história? Nabokov poderia escrever sobre um cocó com patas que seria soberbamente bem escrito na mesma, santa paciência. Adiante.
Admito que também não li Os Maias completo. Mas eu tinha 16 anos e ainda era inocente sem noção dos problemas intemporais da sociedade e era tão aborrecido, não as descrições, que eram fabulosas, mas o enredo, aos meus olhos era mais uma telenovela que qualquer outra coisa. Além do mais, nessa altura andava completamente viciada em Tolkien e Murakami, e era difícil prestar atenção a outras leituras. Obviamente um dia irei reler, nem que seja para fazer justiça ao Eça, mas não garanto que vá gostar, além de que gostar daquilo que as pessoas acham que é correcto gostar não entra sequer no meu top trezentos milhões de preocupações. Mas respeito o autor pela forma de escrever, uma vez mais.

Então, eventuais leitores, agora que me redimi quanto à minha abrangência da leitura destes autores, irei prosseguir. O que eu acho estúpido, mas mesmo estúpido, assim sem ser possível sequer uma pessoa sobreviver à quantidade de parvoíce presente neste "movimento" facebookiano anti-campanha da Fnac, é que algo me diz que estas mui cultas pessoas, na sua grande maioria, presumo eu, possuindo fantásticos gostos culturais principalmente de leitura, autênticos leitores da mais requintada literatura, devem ser aqueles falhados que só lêem a porcaria presente no Top de vendas, top bestsellers, top recomendações etc. É que, nas minhas breves incursões pela blogosfera, quando as pessoas falam de livros, chego sempre e invariavelmente às mesmas conclusões: as pessoas só lêem, perdoai-me o termo, merda. Pronto, da mesma forma que quando estou na Bertrand ou na Fnac ou seja o que for, invariavelmente vejo as pessoas a pegarem em merda para a comprarem, e lerem, de seguida. Como o top bestseller. Ou a prateleira de auto-ajuda. Ou o miúdo que foi ao céu, ou as caixas de incenso, como diz o meu maravilhoso namorado, da Nora Roberts. Ou Twilight. Ou os mesmos policiais escandinavos que me parecem resumirem-se todos ao mesmo, assim em série. Pronto, acalmem-se as hordes furiosas porque esta é apenas a minha opinião, e se vêm dizer, "ah, deves pensar que lês grande coisa, tu! E os gostos não se discutem! E és uma miúda que pensa que sabe!" etc, eu digo: sim, obviamente acho que leio do melhor que existe para ler porque não vou perder tempo com porcaria. Sim, os gostos discutem-se, e educam-se. E sim, por acaso até penso que sei, afinal, para alguma coisa terão de servir os meus 16 anos escolares desde a primária até à universidade que ainda nem completa está! E quanto mais não seja, sempre posso perguntar às minhas professoras de literatura o que há de melhor para ler, e a verdade é que até agora, não me tenho desiludido. Quer dizer, para quê ler Ken Follet ou G. Martin quando posso ler Proust, Baudelaire, Tolstoi ou Dostoievski? Entre muitos outros. E sim, estou a dizer o que leio para efectivamente comprovar que leio do melhor, que há, para mim. Não tem de ser para vocês, a infelicidade é vossa.
Seja como for, sugiro à Fnac que instale nas suas lojas um detector com alarme, que funcionasse da seguintes forma:

A Maria Antonieta entra na Fnac ali da Rua de Stª Catarina. Dirige-se à secção dos livros, mais concretamente à prateleira das recomendações. Olha para o último livro de G. Martin e pensa que, depois dos últimos três mil publicados e lidos, deve ser o próximo passo literário. Agarra nele e dirige-se à próxima prateleira. Repara no livro tal escrito por J.D.Rodd, e pensa, ah, não deve ser nada de especial. Mas ao atentar na capa, chama-lhe a atenção que este nome é apenas o pseudónimo de, nada mais, nada menos que Nora Roberts, e não consegue esconder o entusiasmo quando chega a essa conclusão. "Assim sendo, acho que vou levar dois, porque eu leio tão rápido e estes livros devem ser espectaculares, depois dos quinze biliões exactamente iguais que já li, é a literatura no seu melhor". Maria Antonieta passou então pelo corredor seguinte, onde se sentiu extremamente tentada pelo top das melhores vendas, mas pensou que por este mês já chegava. Ainda viu um senhor a escolher um romance de Kawabata, mas pensou "Estas pessoas que lêem coisas desinteressantes, que aborrecimento. Bem, adiante para a caixa!". Tendo chegado à caixa, retirou o seu cartão cliente Fnac e colocou os livros em cima do balcão. Neste preciso momento, neste segundo crucial, um alarme altíssimo, que eventualmente causaria ataques cardíacos aos mais sensíveis, disparou, e Maria Antonieta sentiu-se agitada. O que será esta barulheira? A funcionária da caixa fez cessar de imediato o alarme, com dois ou três gestos simples no aparelho. As pessoas chocadas com o anterior basqueiro ficaram a ver e ouvir, em vez de dispersarem. E disse: "Pedimos imensa desculpa, cara cliente, mas este é nosso alarme anti-porcaria. Está a ver, com nomes como Eça de Queirós e Luís de Camões, Vergílio Ferreira e António Lobo Antunes na secção de literatura portuguesa é impossível ter feito esta selecção. Além do mais, imensos clássicos europeus estão nas prateleiras à espera de serem levados, como os russos  A Guerra e Paz, ou Lolita, ou Os Demónios, ou então uma abordagem mais inglesa com as irmãs Brontë, ou Dickens e Virginia Woolf. Além do mais, não me diga que se esqueceu que existem As Flores do Mal, O Estrangeiro e Huis-Clos ali na secção francófona? Sem falar nas restantes centenas de bons livros, antigos e actuais, de todos os cantinhos do mundo, que merecem ser lidos ao invés dessas caixas de cereais em forma de livros? Leve Salman Rushdie, mulher, agora essa porcaria... é um insulto, sabe, é uma ofensa, não apenas ao nosso país como a todos os bons autores que existiram, e existem no mundo. É uma desvalorização de quem se arriscou a escrever certas obras, magníficas obras. É o subestimar de pessoas que puseram a escrita e subsequentes morais, muitas vezes, tidas verdadeira e genuinamente na vida real, antes de tudo e todos e tudo fizeram para deixar a sua obra. Então, Maria Antonieta, não se sente envergonhada de ter levado esses títulos, quando tem uma vasta colecção de maravilhosos mundos ao seu dispôr?" Mas Maria Antonieta era burra e nunca compreendeu. Pronto. Fim inglório do meu pseudo-conto.

Bem, fora de brincadeiras só quero mesmo dizer que contestar contra a campanha e afirmar que não tem nada a ver, é pura hipocrisia, caras pessoas, quando vocês escolhem a porcaria à boa literatura, que mesmo que queiram negar, existe, e é diferente. Se quem perde são vocês, isso é convosco, porque a vida é vossa e cada um é que decide o que quer ler. Agora vir com falsos moralismos, santa paciência. Comprem a vossa porcaria de literatura mas não sejam tão facilmente, e falsamente indignados, ao menos admitam. Porque a campanha da Fnac, comparada com os tops de vendas de livros portugueses, é das coisas mais inocentes alguma vez feitas no campo dos insultos aos verdadeiros autores e à verdadeira literatura!

A Nova Europa & O Velho Mundo

Acabei há pouco tempo de ver o documentários A Nova Europa de Michael Palin. Previamente já tinha lido o o livro associado ao documentário, livro esse que traz bastante mais informação acerca do assunto. Este livro e documentário são a consequência de uma viagem que Michael Palin fez através dos países emergentes da Europa de Leste que foram afectados pelas Guerras dos Balcãs e pela Cortina de Ferro Comunista.

Uma das coisas que mais me choca é constatar que aqui a uns meros milhares de quilómetros a vida seja tão diferente da nossa.

Por exemplo países como Sérvia, Croácia, Bósnia e todos esses países envolvidos na Guerra dos Balcãs e desmembramento da Jugoslávia, são países com marcas profundas da guerra e que ainda não recuperaram. É difícil de acreditar que já neste milénio esses países viveram guerras e muitas pessoas perderam as suas vidas nessas guerras, aqui bem perto.

Hoje em dia Dubrovnik é um dos pontos de turismo mais procurado na Europa, contudo se desviando um pouco do centro para os subúrbios da cidade ainda é possível ver marcas da guerra em casas destruídas e ruas abandonadas. Parece impensável que aqui perto muita gente tenha visto a sua vida ser destruída por uma guerra. A realidade das guerras é relativamente desconhecida e ignorada pela minha geração e por todas as gerações pós 74. Nunca tivemos de ir para nenhuma guerra e as guerras mais próximas que tivemos foram mesmo estas nos Balcãs nas quais Portugal participou através da integração de soldados portugueses nos contingentes da NATO. Mas a verdade é que essa proximidade não nos faz perceber absolutamente nada do assunto.
É duro ver no documentário como várias cidades com raízes medievais ou até mais antigas, foram destruídas sem qualquer escrúpulo. E o maior problema não são os edifícios. O que é certo é que viviam ali pessoas. Basta imaginar se a nossa querida cidade fosse atacada e tivéssemos de a abandonar com medo. Basta imaginar que um dia poderíamos ir na rua e ser baleados ao calhas só porque estávamos do lado errado da barricada. Basta imaginar que uma simples ida à rua constituía um risco grave para nós e para os nossos. Eu andava confortavelmente a fazer o secundário enquanto essas pessoas vivia num clima de terror.

Eu vivo agora num país em que há linhas de comunicação suficientes, há comida, há divertimento, há paz, há dinheiro e há oportunidades.

Certamente poderiam haver mais linhas de comunicação, mas nos países afectados pelo domínio comunista nem comboios em condições têm. Numa das capitais visitadas nem sequer organização do trânsito tinham. Numa capital. Não era uma cidade perdida no meio de uma montanha. Era como se no Rossio cada um andasse como lhe conviesse por uma estrada bastante esburacada.

Certamente poderíamos ter mais dinheiro e um país mais rico, mas pelo menos a população em geral tem dinheiro para comprar o essencial e ainda fazer uma extravagância ou outra de vez em quando, sendo que muitas pessoas fazem-nas todos os dias. Em alguns países do leste da Europa e ainda é preciso em muitos casos cultivar para viver.

Ainda se sofrem as consequências de um Comunismo destructivo e que distorceu a realidade. Países que receberam de herança grandes edifícios e grandes complexos quer servem para nada. Países que basicamente estão onde nós estávamos no pós 25 de Abril, com a diferença de algumas tecnologias que a custo s vão impondo.

Desde que vi este documentário tive a certeza de que não vivemos num país de terceiro mundo como muita gente diz. Não vivemos numa país pobre como muita gente diz. Após constatar a realidade de outros países europeus só fiquei com a certeza que o nosso país, apesar das dificuldades, está melhor, muito melhor do que os países referidos no livro. Não temos marcas de um passado recente incomensuravelmente hórrivel. Não temos edifícios destruídos pela guerra. Não temos edifícios megalómanos construídos pela sede de poder ditatorial, edifícios esses que de nada servem a não ser lembrar um mau passado. Não temos campos de concentração.

Não nos apercebemos que escapamos, pela nossa localização, a grandes convulsões e horrores. Quantas pessoas na Europa Central não sabem quem são os seus avós, pois os mesmos perderam a vida na 2ª Grande Guerra? Quantas pessoas não tiveram de abandonar o seu lar e a sua cidade, para fugir? Quantas delas conseguiram regressar? E se regressaram, o que encontraram para além de escombros? Quantas pessoas não foram levadas para campos de concentração com pouco mais do que uma esbatida esperança de escapar ao horror? Quando vi as imagens de Auschwitz em que havia uma vitrine gigante de cabelo, outra de malas, outra de sapatos... Tudo aquilo pertencia a pessoas que tinham uma vida, tinham ambições. Pessoas que ainda hoje poderiam estar vivas e serem importantes. Ou então simplesmente pessoas que amanhã iriam comprar algo de completamente desnecessário como um iPad ou uma PS3. Quando penso nisso acho muito triste. E acho que grande parte das pessoas não valoriza aquilo que tem.

A Nova Europa tenta agora unir-se para formar um bloco de países solidários, sem mais guerras entre eles. Mas este continente que foi outrora conhecido como a Velha Europa, faz parte de um, esse sim, Velho Mundo.

Recentemente foi inventado pela polícia indiana uma hipótese de assassinato planeado contra o escritor Salman Rushdie. Rushdie iria estar presente no Festival de Literatura de Jaipur e faria uma conferência. Contudo, e por razões que ainda não compreendi bem, a polícia inventou que três snipers haviam sido contratados e que estes iriam tentar aniquilar Rushdie.

Para além das razões, este tipo de actos nos dias de hoje é completamente hediondo. Como é que é possível condicionar a este ponto a vida de alguém? Rushdie é Anglo Indiano, tem as duas nacionalidades e ele afirma que Bombaim é a sua "cidade mãe".
Convem recordar que este homem esteve 10 anos escondido, por causa da Fatuah sobre ele em consequência dos Versículos Satânicos. Um mero romance em que era contada uma mera estória, foi o suficiente para que alguém tenha decidido que Rushdie devia de morrer. Em consequência, Rushdie perdeu basicamente a sua vida. Não mais pôde fazer o que quis. Conduzir o seu carro, ou estar em sua casa foram regalias que lhe foram retiradas, regalias às quais damos tão pouco valor. Aliás, para nós é um dado adquirido.

Após esses 10 anos Rushdie pode desde 1999 caminhar livremente, mas o alvo não sai das suas costas. Por várias vezes ele próprio fez retweet de mensagens ameaçadoras à sua pessoa. É incrível como é que alguém pode viver nessas condições hoje em dia. E é este o nosso Velho Mundo,.

Poderão dizer que isso é por causa dos extremistas islâmicos. Sim é verdade. Mas não somos nós no nosso dia-a-dias os potenciadores desta realidade?

Acontece por vezes haverem comentários a posts de blogs, em que os bloggers em vez de responderem normalmente pegam antes nesses comentários e distorcem e respondem em tom desdenhoso. E falo de comentários bem estruturados e com a sua lógica, não de comentários de insulto. Não são esses bloggers potenciadores da discriminação, neste caso de um user online?

Não são as pessoas no dia-a-dia potenciadoras desta realidade sempre que avaliam alguém superficialmente e difundem essa avaliação pelos seus amigos, que mais tarde eventualmente discriminarão essa pessoa?

A conclusão a que chego é que este Velho Mundo, em que coisas horrivéis acontecem, não é mais que a ampliação da realidade do dia-a-dia. Obviamente não são as pessoas que andam por aí nos blogs ou na rua os culpados. Os culpados são essas pessoas, que poderiam escrever num blog ou andar na rua, mas que têm posições de influência em que as suas estupidezes provocam graves consequências, que me leva a outra pergunta.

São essas pessoas com poder piores que as pessoas com as mesmas atitudes mas sem o mesmo poder?

Insólitos Urbanos VII

Pois é, este não é bem insólito. porque obviamente é apenas um erro tipográfico, mas quantos de nós enquanto vemos as notícias na TV não nos deparamos com erros clamorosos que só um ceguinho é que não vê?

Na minha opinião é bastante lamentável que as TV's não tenham o cuidado que devem ter quando publicam as coisas. Porque não estamos a falar de erros que aparecem de 10 em 10 anos. Estamos a falar de erros diários e várias vezes por telejornal em alguns casos. Sei lá, hoje até o software mais reles tem corrector ortográfico. Até o interface do blogger tem corrector ortográfico e nem sequer é um software instalado no nosso computador.

Assim do pé p'ra mão lembro-me de um muito giro e muito estúpido.

MACONARIA dizia um dos jornais em letras garrafais. E isto esteve durante um bom minuto completo sem ser corrigido ali estampado no ecran. Talvez estivessem a alegar que a Maçonaria anda a enc***r?????????

Enfim, pelos vistos ver o nabo do Ricardo Araújo Pereira com as suas analogias triviais e baratas e o demagogo Marcelo Rebelo de Sousa foi algo tão espectacular que quem lá esteve não assistiu, mas assistou.

Isto já está assim há 12 horas neste momento em que escrevo.

Por isso serve apenas para dizer que acho que todos os meios de comunicação social deveriam ter mais cuidado com o que publicam.

Musicalidades VIII

Evil Superstars - Satan Is In My Ass



"Yeah! satan is in my ass
He wears a ballerina-outfit
And a fez
Satan is in my ass
And when he comes out
You hear the sound of brass!
Satan is in my ass
Next thursday he's gonna have a hypnotized sheep
For a guest


Well as you all know
He is somekind of a bad guy
But when he reads the papers nowadays
He has to hold back the kerosine in his eyes
Somewhere in a fortress he hides his mistress
I'm talking 'bout a plankton eating robotcow in a cardboard dress yeah!
Satan is in my ass
He wears an armour
And tries to make some pirouettes very fast


Satan is in my ass
And when he comes out
You hear the sound of brass!
Satan is in my ass
He's working on a puzzle
And he sings the jazz
And it goes something like
Te-dum-duw
Satan is in my ass"


Em tempos idos isto passava na MTV o que não deixa de ser curioso e talvez até um pouco hilariante tendo em conta a MTV de hoje em dia.

De qualquer das maneiras esta música tem o defeito, ou virtude, de ter marcado o líder da banda, o proeminente Mauro Pawlowski, como sendo uma personagem musical doida e sem qualquer respeito por aquilo que são os limites decentes de uma música.

Por outro lado acredito que isto também é parte do Mauro Pawlowski e mostra um pouco a sua desconexão com aquilo que são as convenções que regem a composição de uma música, uma coisa que ouvida é naturalmente um pouco difícil de aceitar e entender.

Satan Is In My Ass é desconcertante. Do nome à letra, da sonoridade às variações, da música ao vídeo. Apesar de tudo é extremamente divertida e ultrapassa tudo o que se pode imaginar ou esperar de uma música rock. Editada em 1996 apanhou boleia dos dEUS naquilo que viria a ser o BOOM da música belga que rapidamente se espalhou pela Europa e que ainda hoje continua presente. Os dEUS foram adorados pela excentricidade e pela falta de respeito pelas tais convenções. Os Evil Superstars ficaram conhecidos como os irmãos mais novos, que ultrapassaram tudo aquilo que os dEUS já tinham ultrapassado e foram ainda mais longe. Muito mais longe. Tão longe que obviamente as editoras começaram a olhar de soslaio para uma banda que gravou um Electronic Press Kit (EPK) como este:




Os Evil Superstars acabaram dois anos depois. Moviam multidões no Benelux, mas fora disso os seus concertos cingiam-se a uma plateia de 15 ou 20 pessoas, porque apesar de terem alguns fans ninguém comprava os discos da banda. Nem a editora se preocupava muito em vendê-los.

Satan Is In My Ass permanece para muitos como a obra prima do Absurd Rock belga. O que é certo é que é uma música muito "In your face" que não esta muito preocupada com o facto de ser adorada ou não.

P.S - No final do EPK é possível ver o que acontece sempre que tenho de entrar em centros comerciais ou sempre que por acidente a minha televisão emite a MTV.

#1 - Magic Hour - dEUS
#2 - Intervention - Arcade Fire
#3 - My Little Contessa - dEUS
#4 - Tea For One - Led Zeppelin
#5 - Satan Is In My Ass - Evil Superstars
#6 - Stairway to Heaven - Led Zeppelin
#7 - Achilles Last Stand - Led Zeppelin
#8 - Let Me Know - Mauro Pawlowski
#9 - Rich Kid Blues - Terry Reid / Raconteurs

Musicalidades VII

Mauro Pawlowski - Let Me Know



Esta música é facilmente uma das músicas mais queridas que alguém poderia escrever. Todo o ambiente da música é inocente, típico daquele amor pungente em que não pensamos bem nas coisas, mas temos a certeza de que queremos algo com muita força e esse algo é estar com a pessoa que amamos mais que tudo.
Por muito que hajam coisas de que por vezes não corram bem" I have no idea I don't care if you're someone else as long as you're here with me". É por reflectir tão bem esse sentimento a nivel lírico e a nível de ambiente que eu gosto bastante desta música.


We're giving each other a hard time
while we're not supposed to do so
I've been crying like a girl
you've been smashing up the lamps
and the stereo
You're a fine brunette you make
the kings of the jungle roar
You're the finest I have met this year
and many years before

Now I can't live with you

whether times are high or low
and I can't live with you
not telling me where it is
you wanna go
either way I can't stand it now
so baby stay away and please
let me know

Our hands that hold one another

do squeeze too hard sometimes
Provoking thoughts that would perfectly fit
into a gallery of famous crimes
But when your lips are near and you're giving me
one of your juicy grins
Provoking physics that would perfectly fit
into a gallery of famous sins

Now I can't live with you...


We're in a movie about madness and

about defeat with a soundtrack of a
jazzed up heartbeat I don't know what we
can do I have no idea I don't care if
you're someone else as long as you're
here with me

Now I can't live with you...


let me know

let me know
let me know
let me know 

#1 - Magic Hour - dEUS
#2 - Intervention - Arcade Fire
#3 - My Little Contessa - dEUS
#4 - Tea For One - Led Zeppelin
#5 - Stairway to Heaven - Led Zeppelin
#6 - Achilles Last Stand - Led Zeppelin
#7 - Let Me Know - Mauro Pawlowski
#8 - Rich Kid Blues - Terry Reid / Raconteurs

Musicalidades VI

Arcade Fire - Intervention


Não sou um fan hardcore de Arcade Fire. Contudo gosto do trabalho que desenvolveram e acho que as músicas que eles compuseram são bastante potenciadas ao vivo.

Posto isto desde que os vi ao vivo tornei-me cada vez mais admirador da banda do Canadá. A música Intervention é a que eu mais gosto e aquela que toca mais fundo quando a ouço.

Eu nem sou um grande admirador da forma do Win Butler cantar, principalmente no primeiro disco em que parece que ele está a levar facadas enquanto canta, mas aqui ele é irrepreensível.

"The king's taken back the throne
The useless seed is sown
When they say they're cutting off the phone
I'll tell 'em you're not home

No place to hide
You were fighting as a soldier on their side
You're still a soldier in your mind
Though nothing's on the line

You say it's money that we need
As if we're only mouths to feed
I know no matter what you say
There are some debts you'll never pay

Working for the church
While your family dies
You take what they give you
And you keep it inside
Every spark of friendship and love
Will die without a home
Hear the soldier groan, "We'll go at it alone"

I can taste the fear
Gonna lift me up and take me out of here
Don't wanna fight, don't wanna die
Just wanna hear you cry

Who's gonna throw the very first stone?
Oh! Who's gonna reset the bone?
Walking with your head in a sling
Wanna hear the soldier sing

Working for the Church
While my family dies
Your little baby sister's
Gonna lose her mind
Every spark of friendship and love
Will die without a home
Hear the soldier groan, "We'll go at it alone"

I can taste your fear
It's gonna lift you up and take you out of here
And the bone shall never heal
I care not if you kneel

We can't find you now
But they're gonna get their money back somehow
And when you finally disappear
We'll just say that you were never here

Been working for the church
While your life falls apart
Singing hallelujah with the fear in your heart
Every spark of friendship and love
Will die without a home
Hear the soldier groan, "We'll go at it alone"
Hear the soldier groan, "We'll go at it alone""


A letra em si é bastante bonita e remete-me para dificuldades que nunca sofri. Remete para sofrimentos provocados pela guerra e por vidas inocentes desfeitas por planos maquiavélicos de mentes distorcidas. Remete-me para os momentos em que nada há para agarrar e sentir como certo em que as pessoas se agarram a orações e sonhos.

Essencialmente o dom desta música é fazer-me sentir algo que se desenrola num ambiente do qual nunca estive perto sequer, felizmente. E isso é algo realmente muito especial. Facilmente sinto aqueles arrepios nas costas que me vão até à ponta dos dedos quando ouço esta música.

#1 - Magic Hour - dEUS
#2 - Intervention - Arcade Fire
#3 - My Little Contessa - dEUS
#4 - Tea For One - Led Zeppelin
#5 - Stairway to Heaven - Led Zeppelin
#6 - Achilles Last Stand - Led Zeppelin
#7 - Rich Kid Blues - Terry Reid / Raconteurs

Insólitos Urbanos VI

É assim mesmo. Não comprem no Pongo Doce.

É preciso a revolta sair à rua. Não mais Pongo Doce! Não mais Intermorché! Não mais E.Leclorc! Não mais Continonte! Não mais Lodl!

Morte a todos aqueles que lá compraram Caçotes para fazer Rabanodas neste Natol!

Não mais Vonho desses tipos. Nem mais Cereois de Poqueno Olmoço! Não mais Mesos de Jardom! Eles que vendam isso aos Holandoses!

Uma vez comprei lá uns Chonelos apenas para chegar a casa e descobrir que eram umas Sopatilhas!

Esses gajos são tão maus que uma vez quis comprar Papol e só tinham Cortolina! E as Tosouras eram X-Octos!

Estou indignado! Nunca mais lá comprem nada porque eles só aceitam dinhoiro, choques e Vosa. A sério, quem é que quer apanhar choques? Eu uma vez vim um choque careca! É quase tão espectacular como comer Bolo Roi à Covaco Solva!