A GRAAIIIIILLL!!!!

Bem, todos sabem que eu sou um grande saudosista.

Eu gosto de alguns humoristas de hoje em dia. Têm bastante piada e tudo mais. Mas nada bate estes senhores. Não vou repetir aqui a crónica de que os Monty Python são o Graal da comédia. Apenas partilho aqui um vídeo de uma cena que é talvez das mais engraçadas que alguma vez se poderá ver num cinema.

Insólitos Urbanos IV

Bem, hoje sem mais demora aqui vai um Insólito Urbano para todos vós.

(Têm de carregar para ver bem)




Bem. Não há muito que eu possa dizer sobre este insólito. Sei lá. Talvez essa madreborde em concreto não tenha o dicionário do Microsoft Office?

Às tantas fiquei sem saber se ele procurava uma Madreborde ou uma mãe boa. *creepy*

Mas a pelaca deve ser das boas. Principalmente pró secador.

Mas bem, já chega. Senão ainda acabo com um proceço no tribunal Suprior.

P.S - Eu sei que o dicionário não está alojado na Motherboard.

P.S.S. - É muito português aquilo do "Usado, barato e a funcionar bem". É engraçado. Quando não se sabe ao certo pede-se o bom e barato.

Um Português Pedante. Por Favor.

Muito boas noites,

Como pessoa que trabalha no atendimento ao público deparo-me, não raras vezes com pessoas pedantes, nomeadamente portugueses.

Os portugueses são paradoxais. Porque se por um lado são mal atendidos nas finanças e não se queixam, ao mesmo tempo quando vão a hotéis, restaurantes ou lojas, já gostam de ser tratados como deuses e gostam de tratar os funcionários que os atendem como animais de jardim zoológico que estão ali para os divertir.

O caso mais frequente é daquele panasca que por coincidência conhece o nosso patrão. Adoram vir com as chalaças de "Ah veja lá se não é preciso ligar ao patrão" ou "O seu patrão vai saber disto" etc etc, quando as coisas não correm bem como eles querem.

Refira-se que eu acho que todo e qualquer cliente tem direito a queixar-se se o serviço não for o melhor. Acho muitíssimo bem. Aliás eu próprio queixo-me quando as coisas não correm com o mínimo de qualidade. O que é muito diferente de não correr como esperamos. Porque toda a gente deve exigir ser bem servido. O problema de alguns labregos é que acham que têm de ser tratados como realezas porque têm um pouco mais de dinheiro.

O português pedante é aquele que vai a um restaurante e depois come. Come. Come. Come. Come. E bebe. Bebe. Bebe. Bebe até estar repleto. Mas no fim ao pagar vai pedir um desconto porque a comida não estava boa. E o vinho estava quente.

E podem dizer que eu também me queixaria se a comida não fosse boa. Sim. Uma vez comi um hambúrguer que de tanto óleo e gordura que tinha fazia poças de óleo nas irregularidades do hambúrguer. Só consegui comer as pontas. E queixei-me. Mas paguei. Não foi "Olhe, comi tudo mas não pago porque tinha demasiada gordura." Pelo contrário. Estava com a Efémera que tentou comer uma Francesinha que sabia a mofo e não comeu. E não me cobraram a Francesinha, mas em momento algum pedi para não pagar. Embora tenha apreciado, sinceramente, o gesto de não cobrar. Mas não me deixou satisfeito, porque satisfatório seria comer bem.

Contudo o português pedante come como um leão e depois queixa-se que a comida não prestava e que é muito caro. Impõe-se a pergunta. Então porque comeu tanto?

Normalmente este tipo de português é um Novo Rico que é uma praga horripilante. São aquelas pessoas que por sorte ou por trabalho ganharam muito dinheiro e que de repente vêem-se na possibilidade de gastar mais algum dinheiro e de vestir melhor e depois acham que devem ser tratados como a realeza na Idade Média.

Refira-se apenas que muitas vezes estas pessoas também são aquelas que servem os outros. E acham que o cliente nunca tem razão e só se queixa por pirraça. E dão tudo do mais barato e rasca independentemente do preço que pedem e não se preocupam minimamente com a satisfação do cliente.
Tenho um exemplo de um senhor dono de um restaurante que estava cheio. Perguntei se tinha mesa e ele disse que tinha de esperar, ao que respondi que só tinha meia hora para almoçar e por isso teria de ir a outro restaurante. A resposta dele foi de que não ia conseguir comer noutro restaurante. Por muito que eu goste da comida desse sítio nunca mais lá volto. Porque foi extremamente indelicado e rude, para além de que ele não tem absolutamente nada a ver com o sítio onde como ou deixo de comer.
Teria lá voltado mais depressa se ele me tivesse indicado outro sítio para comer. Assim, perdeu um cliente.

Tenho a certeza que toda a gente já encontrou pessoas destas em todo o lado. Se nunca encontraram ninguém assim, é provável que sejam um deles.

De volta

E bem, cá estou eu de volta. Ao trabalho.
O regresso ao trabalho é sempre deprimente, seja vindo das férias ou das folgas, ter que apanhar toda a estupidez de uma semana de ausência, num só dia é para elevar os níveis de colesterol de qualquer um.

Mas bem, ainda falta muito tempo para a reforma, por isso, tem que se aguentar.

Um pequeno recado apenas para todos os labregos que usam o relógio no braço direito.

Hoje em dia, há muita gente que usa o relógio no braço direito, mas isso apenas se deve aplicar para os canhotos. Os relógios estão desenhados para pessoas dextras. Portanto experimentem lá pôr o relógio no pulso direito e tentem lá acertar o relógio sem o tirar.

Mais, dado que a maior parte das pessoas são dextras, vão mexer a mão direita com mais frequência e força do que a mão esquerda, daí são provocadas grandes oscilações na máquina do relógio que severamente afectada pela gravidade, o que pode provocar atrasos ou adiantamentos do relógio.

Finalmente ainda, há alguns relógios cuja fragilidade faz com que sejam vulneráveis a pequenas coisas, como a pulsação, que é mais forte na mão direita, se forem dextros.

Se forem canhotos, aí sim, deve usar o relógio no braço direito, mas também devem comprar um relógio canhoto, para se adaptar às necessidades.

É só porque hoje em dia é cada vez mais comum, dextros usarem o relógio na mão direita e de certa maneira é estúpido.

Falta de critério

  Estava eu muito bem a acabar de jantar quando ao olhar para o prato reparei num pedaço de osso de frango assado. Pensei como a vida é efémera, como estamos restringidos à nossa medíocre condição humana e o quão absurdo é o mundo em geral. Por momentos quase filosofei um pouco, mas ao ver que o pacote de ketchup dizia 477g em vez dos habituais 500g, abstraí-me dos meus pensamentos profundos e voltei à realidade. Tudo isto para dizer que quando estava à mesa, ouvi a televisão por trás de mim constatar o óbvio: os Homens da Luta foram eliminados CAPTAIN OBVIOUS! Na verdade, nunca percebi como é que alguém alguma vez acreditou que eles poderiam chegar à final. Não é que o resto do festival em si seja muito melhor, porque é um evento mais que falhado hoje em dia. 
  Mas voltando à vaca fria, dizem os senhores jornalistas que andaram na rua a perguntar aos portugueses o que pensam dos idiotas em questão. E aqui prendo-me com um problema, os depoimentos que se seguiram ou são uma amostra realista de que os portugueses são das pessoas com menos critério que existem à face da terra, ou os senhores jornalistas dão a habitual continuidade à mediocridade das suas reportagens mostrando apenas aqueles que disseram bem. Porque entre umas sete (talvez, não estava a olhar para o ecrã mas a ouvir) mais ou menos, apenas uma disse que era normal terem perdido, porque não são bons (não foram as palavras exactas). O vídeo ainda não está disponibilizado para poder dar as frases concretas, mas assim que o conseguir, ponho aqui o link.
   Continuando, a maioria das pessoas dizia que a música era gira (!?), que a ideia deles era boa -só não percebo é como é que chegou lá sendo o Festival da Eurovisão um evento que proíbe músicas com teor político- para chamar a atenção e mostrar o estado do país. Também diziam que era um retrato fiel do país, e neste ponto foi quando pensei que estas pessoas não devem viver todas cá, só pode, porque eu não vejo quer a nível estético quem anda como eles, nem a nível de significado, porque para fazer um retrato fiel do país ou destas gerações que andam nas bocas dos meios de comunicação ultimamente, só seria fiel se tivessem levado roupa daquelas marcas fashion que por sinal são bem caras, se levassem ipads, iphones, telemóveis andróides (ou smartphones, seja o que for), portáteis, gadgets inúteis, sapatos dos mais caros, etc etc etc. Poderia ir por aí a lista. E agora toda a gente me diz "Ah não é assim, de todo!" Pois bem, eu acho que é assim, porque estando plenamente consciente que com grande parte das pessoas não se aplica, com uma outra maioria posso dizer que, vendo o que se passa quer na vida real à minha volta, quer pela blogosfera portuguesa, as pessoas são do mais consumista que há. São as marcas de roupa que toda a gente parece ter e que eu não entendo como é possível dar 30€ por uma tshirt de algodão, sapatos a começar nos 80€ para cima, são vernizes de 25€ o frasco, óculos de sol, relógios, tudo de marcas sonantes, e depois são as tecnologias de iphones, ipads e afins, que chegaram inclusivamente a esgotar no dia em que chegaram (tendo em conta que alguns custavam mais que um salário mínimo), e não vejo, pelo menos nas cidades que frequento, os restaurantes com menos gente, ou bares vazios nem nada semelhante. Também não vejo os estudantes gastarem menos dinheiro em jantares de curso, trajes, bebedeiras ou até porcarias do enterro em que se pode ver os músicos que por lá passam de graça em inúmeras ocasiões. Se bem que "não têm dinheiro para os manuais". E podia continuar.

Não posso dizer que sou imune. Também compro livros (e demais). Também vou a concertos e também já comprei sapatos. A única diferença é que, não recebendo nem um ordenado nem uma mesada, tenho de poupar dinheiro para tudo e então não me queixo que a vida está má, depois de receber um salário e estalá-lo sabe-se lá em quê.

Quem diz que Homens da Luta é um retrato de país, não tem um espelho em casa. As pessoas dizem que não têm dinheiro e que não podem ter uma casa, eu não sei desde quando é que se pensa que se pode ter uma casa e continuar a ir ao cinema e comprar roupa todos os meses e tudo mais quando o ordenado não é avultado. Mas que dá para viver dá, não dá é para gastar em coisas que não sejam estritamente necessárias. Temos um país onde vivemos bem e onde se consome e, infelizmente, onde também ninguém pensa antes de se queixar e dizer que eles fazem um bom retrato.
E quem diz que aquela música é boa, só pode ser um inculto a nível musical. Independentemente dos gostos, aquilo não é nada, santa paciência. Alguma vez aquilo é "bom". Enfim.

Nota: é apenas a minha humilde opinião. Também sei que há outras realidades (eu vivo numa). Mas a maior parte de quem vejo queixar-se é assim.

Agora mesmo

No Quem Quer Ser Milionário, agora mesmo, está uma senhora, que trabalha na função pública e queixa-se que lhe tiraram 200€ ao salário.

Coitada, porque bem os funcionários públicos não ganham assim tanto como se diz. Coitada de mim :'(

Portanto se ela perdeu 200€ é porque ganhava pelo menos 2800€.

E queixa-se esta pedante que têm pouco dinheiro. Os 2600€ restantes são três vezes e meia mais que o meu salário. Portanto agora vá insultar outro.

A ver a banda

Às vezes recordo-me do tempo em que andava na escola e todos nós que tocávamos um instrumento sonhávamos em ter uma banda.

Tenho vários amigos de altura que entretanto estiveram envolvidos em bandas e projectos, mais ou menos interessantes e conheço um mar de gente que teve bandas ou ainda tem.

Sempre que penso nisso deparo-me com a questão existencial.

Olhando para mim próprio que toco guitarra e já tive uma banda, sempre encarei a minha banda, que consistia em mim e um amigo meu a tocar guitarra, como um projecto pessoal para dominar o mundo.

Estava a brincar.

Para mim, fazer música foi sempre uma diversão. Sempre me diverti simplesmente por fazer parte daquele processo, que a mim me fascina bastante, que é o processo criativo. O facto de a música ser minha e de eu poder fazer aquilo que bem me apetece é algo de bastante engraçado, ou melhor, interessante.

A minha banda chegou a dar um concerto, que, apesar de ter corrido mal, foi divertido para mim, precisamente pelo divertimento de estar ali em palco e, apesar de ninguém estar a ligar patavina, eu podia, se me apetecesse, dar um berro e por muito que as pessoas não gostassem eu já o tinha dado e não podia voltar atrás.

Resumidamente, nunca olhei para a música que fazia na altura e que faço ainda agora como um projecto de sucesso que me iria trazer uma vida melhor. Obviamente se eu dissesse que nunca sonhei com isso, estaria a mentir, mas tal como isso nunca esteve perto de acontecer, eu nunca estive perto de acreditar nisso. Aproveitava e aproveito o tempo em que estou a fazer música para me divertir e desfrutar do prazer de ver as peças a encaixarem-se como um pequeno puzzle, só que neste caso são as minhas peças e o meu puzzle, tudo feito por mim e ao meu gosto. E na realidade estou-me nas tintas para se as pessoas gostam ou não.

Contudo e sempre que me recordo desses tempos de escola e pós escola, recordo-me de amigos meus e pessoas que conheço de forma mais ou menos distante, levarem as suas bandas a sério como raio. E recordo-me de pensar precisamente a mesma coisa. É assim tão necessário o sucesso para a realização pessoal? Obviamente que é, mas no caso da banda, é realista a maior parte das pessoas pensarem que vão ter sucesso?
Eu muito sinceramente acho que não. Por vários factores. Primeiro é preciso ter muita qualidade, para chegar a algum lado, ou então é preciso ser uma maria-vai-com-as-outras e fazer o que tudo o resto faz e participar em meia dúzia de festas e concursos de bandas e esperar que um desses caça-talentos que anda à procura de mais do mesmo, nos descubra.
Em segundo lugar, estamos em Portugal e basta ver os nomes que aparecem na cena musical dos últimos anos para perceber que não é lá grande coisa e que para sermos iguais temos de ser medíocres. Portugal não é um país que aceite muito uma certa complexidade musical. A coisa mais complexa que eventualmente tem sucesso é o Pedro Abrunhosa e só por aí já está tudo dito. Obviamente que em Portugal há coisas mais bem feitas e mais trabalhadas, mas a verdade é que não é isso que tem sucesso.

Daí que sempre me fez confusão ouvir certas frases do género "Estou ansioso por viver só da música" entre outros soundbites, que para mim são um pouco perturbantes, no que toca a prioridades na vida.

Portanto chega-se a um beco sem saída que é dizer fuck the world e fazemos o que nos apetece. Ou então viver hipócritamente contente com o facto de sermos medíocres e como os outros. Na primeira hipótese hipotecamos quase automaticamente qualquer esperança de sucesso. Na segunda hipótese há uma infima possibilidade de ter sucesso, mas bem, é-se uma grade merda.

Eu escolho a opção fuck the world. Ao menos se não tiver sucesso posso olhar para aquilo que fiz e não me arrepender porque fiz o que quis. Posso até olhar para certas coisas que escrevi e achar ridiculo, o que é normal, mas no fundo na altura deu-me prazer e isso é que fica.

Contudo basta ir ao myspace ver as bandas desconhecidas que há por lá e é tudo sempre o mesmo ram-ram. Tudo não, mas a grande maioria não passam de bandas que só adicionam "friends" e comentam na esperança de serem comentados a seguir e promoverem-se uns aos outros.