Acontecimentos 2011

Pois bem, este post serve para que saibam as coisas pelas quais estamos à espera, para ver ou comprar.

Não que vocês nos queiram ver, mas apenas porque poderão eventualmente tirar daqui algo que achem interessante. Portanto cá vai.

Junho de 2011 - De 1 a 20 de Junho acontece a Feira do Livro do Porto. Ideal para ir dar uma volta ao Porto, comer uma francesinha no Capitólio (um bar de velhos, mas nós gostamos) e comprar a nossa remessa anual de livrinhos.

Julho de 2011 - Nomeadamente dia 15 de Julho. Tudo indica que os Arcade Fire virão ao SBSR. E nós vamos também!

Julho de 2011 - Confirmadíssimos no dia 31 estão os Bon Jovi no Parque Bela Vista. Os bilhetes já estão cá na algibeira.

Abril de 2011 - Sai o novo disco dos almighty dEUS. É uma data pela qual ansiamos porque bem, é só uma das melhores bandas de sempre. E um novo disco significa sempre um novo vício.
Algures, é provável que a gente vá ver os dEUS, porque eles certamente passarão por cá. Mas bem, só após eles lançarem o disco é que haverão datas. Update - O Disco só será editado em Setembro. A editora não tinha capacidade para a produção do disco a tempo de sair em Abril.

Um ponto válido

"Caleb Followill, baterista da banda, afirmou que jamais iria autorizar que as suas músicas sejam utilizadas pela série, numa entrevista à revista "The Hollywood Reporter".

Face à nega, Ryan Murphy, o criador da série, chamou aos membros da banda "estúpidos egocêntricos", incapazes de perceber que se "emprestassem" as músicas, "uma criança de sete anos poderia decidir entrar para um coro ou aprender a tocar um instrumento musical, depois de ver alguém cantar uma música de Kings of Leon"."
 
Isto refere-se a uma notícia acerca de uma troca de palavras azeda entre os criadores da série "Glee" e o baterista ou guitarrista (não sei ao certo) dos Kings Of Leon.
 
Não vou defender a série que nunca vi mas das pontas que me foram presenteadas obviamente não parece grande coisa. Mas uma coisa é certa. O criador da série faz um ponto bem visto.
 
Hoje em dia quando se põe uma criança no infantário perde-se o controlo sobre a criança no que diz respeito à criação de gostos e avaliação de qualidade, nomeadamente a nível musical.
 
Porquê? Porque no infantário as educadoras são bastante lestas a dar a ouvir às crianças não só as músicas do Mestre André como as músicas da Shakira. O que é errado, pois está desde logo a induzir as crianças a gostar da porcaria pop de terceira qualidade que se farta de passar na rádio e na tv, cortando logo à partida a maior parte do interesse que uma criança pudesse vir a ter num outro tipo de música.
 
Isto traz implicações profundas no que diz respeito à música que se ouvirá no futuro. As crianças, educadas musicalmente à base de porcaria vão crescer e eventualmente cantar ou tocar um instrumento. E a música que vai vir da voz ou do instrumento será arraçada da porcaria que lhe foi enfiada na cabeça durante todos os anos no infantário, na escola e na rua.
 
Daí que o criador tem um ponto válido que é, se uma criança ouvisse na mesma série Katy Perry e Kings Of Leon tinha uma escolha que poderia fazer. Poderia gostar de um ou do outro, sendo duas músicas perfeitamente diferentes.
 
Se bem que não só a série é fraca como os Kings Of Leon, são a meu ver, mais uma banda no monte Indie que continuam a surgir, pelo que a escolha seria fraca. Mas pelo menos era uma escolha.
 
Agora imaginem se no infantário em vez de darem às crianças a ouvir música brasileira rasca e Shakira, dessem música clássica, alguns clássicos ligeiros do rock, umas músicas dos Beatles, uns Blues do Ray Charles ou coisas do género. A diferença no futuro seria notória, porque as crianças ouviriam porcaria na rua mas no infantário ouviam coisas diferentes e aí teriam todas as condições para fazer uma escolha consoante os "seus gostos" e não consoante os gostos de um adulto qualquer que lhes deu uma porcaria qualquer.
 
Ah, e não venham dizer que são músicas demasiado pesadas para crianças, porque um Hit the road Jack do Ray Charles ou a Communicatio Breakdown dos Led Zeppelin são músicas bem divertidas e fáceis de dançar. Ou até mesmo a Yellow Submarine.
 
Obviamente estas músicas deveriam ser uma parte menor da música que uma criança ouve porque o importante nessa idade é aprender a música do Mestre André e do Atirei O Pau Ao Gato.

Considerações

Grande parte do movimento artístico português anda de mãos dadas com uma hipocrisia juvenil que mete nojo.

Falo do movimento artístico popularucho que passa na tv e que passa na rádio e que provem das classes mais jovens, que começaram a surgir no fim do milénio passado e início do novo milénio com mais frequência. Artistas que agora, passados estes anos, têm um lugar relevante com programas na tv, na rádio, bandas bem sucedidas e por aí fora.

O movimento artístico português está possuído de uma hipocrisia ridícula que me faz muita confusão. Por exemplo. Lembro-me de ter uma banda pela qual cheguei a dar um concerto. Foi uma festa de um clube e nós apenas tocamos quatro ou cinco músicas e depois entrava a banda principal, que é relativamente desconhecida a nível nacional, mas que bem, era mais conhecida do que a banda de que eu fazia parte.
Pois bem, a hipocrisia passa-se no seguinte. Enquanto a minha banda tocava nervosamente cometendo erros típicos de quem está pela primeira vez em palco. Tocamos uma cover no decurso do pequeno concerto e no final, a banda que ia tocar a seguir cumprimentou-nos e disse que a que tinham mais gostado havia sido a cover. Pois bem, preferia que não me tivessem dito nada porque bem, se não gostaram das nossas músicas e só gostaram da cover por ser sobejamente conhecida então preferia que não me dissessem nada. Porém, imbuído da minha ingenuidade agradeci fiquei encantado com o apoio.
Quando eles estavam a actuar fiquei a ver um pouco e apesar de não gostar da música, aplaudia, para retribuir o incentivo. Bem, consoante o concerto foi avançando comecei a aperceber-me que só os estava a aplaudir porque eles também nos aplaudiram, apesar de eles no fim terem reiterado que só gostaram de uma música. Que nem sequer era minha. O que me fez perceber que era tudo uma grande hipocrisia. Porque bem, se eles não gostaram porque que é que aplaudiram? Porque eles aplaudiram todas as músicas. E eu depois aplaudi, sem gostar. O que em si é uma hipocrisia.

Conclusão. A mim aborrece-me ver o movimento artístico de hoje a ser dominado por essa hipocrisia. Eu aplaudo-te a ti e tu aplaudes-me a mim. Eu elogio-te a ti e tu elogias-me a mim, etc.

Porque eu não ponho em causa o trabalho de ninguém. Toda a gente tem falhas no seu trabalho e por vezes as coisas saem menos bem mas nunca ninguém tem coragem de o dizer. Porquê?

Por exemplo, o José Pedro Gomes é, para mim, um bom actor, nomeadamente em programas como o Herman Enciclopédia, contudo há um livro que ele editou, em conjunto com o Eduardo Madeira, e eu achei o livro muito fraquinho e sem piada nenhuma. Contudo as pessoas que são amigas nunca irão dizer "Pois, aquele livro não correu lá muito bem". Aliás, as próprias editoras não vão impedir o livro de uma figura pública de sair. E depois toda a gente sugere o livro e tudo mais, mas bem, é fraquinho e ninguém tem a sinceridade de o dizer. Talvez porque o José Pedro Gomes noutras alturas os ajudou ou incentivou ou elogiou, com ou sem sinceridade.

Nisto as coisas evoluem e é impossível dissociar aquilo que é realmente bom, daquilo que apenas sobreviveu pelo lado de cima à troca de elogios. Outro exemplo, a Fátima Lopes, apresentadora, era tão generosa a sugerir discos de jazz e música normalmente associada a pessoas de classe mais alta e com escolaridade mais alta, como logo de seguida estava a sugerir Tony Carreira e Quim Barreiros. E tanto do artista jazz como do artista pimba era capaz de dizer que tinha o disco no carro e estava sempre a ouvir. É estranho e é bastante duvidoso.

Eu, pessoalmente, não gosto quando as pessoas referem este ou aquele artista como sendo muito bom, quando também são amigos desse mesmo artista. Normalmente só aceito esse tipo de consideração quando se trata de alguém com quem trabalhamos e tivemos oportunidade de constatar que é realmente bom no que faz. Por exemplo, no outro dia num programa de Tv apanhava-se uma esposa de um humorista conhecido a elogiar um actor com o qual nunca trabalhou mas que, certamente, conhece bem. Eu tenho dificuldades em elogiar os meus amigos ou familiares face a outros. Porque logo à partida não temos capacidade de distanciamento. As pessoas de quem eu gosto, certamente estão altas na minha consideração, o que consequentemente leva a que eu as elogie.

A mim cansa-me ir a blogues de pessoas conhecidas e ver coisas do género "fui ver o concerto dos meus amigos X e foi espectacular". É óbvio que se trata de um blog e cada um escreve lá o que lhe apetecer, mas bem, chega a ser cansativo e dá, bastante, a impressão de que o movimento artístico se cinge a um círculo em que tens de cumprir certas linhas para entrar nele.

Pergunto-me se alguém fizesse uma boa música e após isso o Bruno Nogueira lhe dissesse "Eh pá essa música é muito fixe" ao que a outra pessoa respondia "Obrigado". Eventualmente mais tarde se essa pessoa fosse sincera e não gostasse do Bruno Nogueira enquanto comediante teria de lhe dizer "Olha, não gosto do teu programa" enumerando ou não as razões, e o Bruno Nogueira até poderá ter poder de encaixe para uma crítica sã, mas também poderá sentir-se um bocado ultrajado, do tipo, "Eu elogiei-o e ele vem com aquela conversa?". Não estou a dizer que ele o faça, mas tenho a certeza que muita gente faz. E muita gente dirá, apesar de não gostar dos programas dele "Eh pá, o teu programa é espectacular" e daí será muito mais fácil continuar uma conversa com proveito para os dois, eventualmente elogiando-se mutuamente em situações públicas etc.

Depois isto tudo leva-me a questionar se há realmente sinceridade no meio artístico português quando o Bruno Nogueira convida uma pessoa que escreve coisas como:

"À partida, não tenho nada contra as Gordinhas, mas irrita-me que gozem de um estatuto especial entre os homens. Às Gordinhas tudo é permitido: podem dizer palavrões, falar de sexo à mesa, apanhar grandes bebedeiras e consumir outras substâncias igualmente propícias a estados de euforia, podem inclusive fazer chichi de pernas abertas num beco do Bairro Alto porque como são ‘do grupo’ toda a gente acha muita graça e ninguém condena.



Agora vamos lá ver o que acontece se uma miúda gira faz alguma dessas coisas sem que surja logo um inquisidor de serviço a apontar o dedo para lhe chamar leviana, ordinária, desavergonhada e até mesmo porca. Uma miúda gira não tem direito a esse tipo de comportamentos porque não é one of the guys: é uma mulher e, consequentemente, deve comportar-se como tal. E o que mais me irrita é quando as Gordinhas apontam também elas o dedo às giras, quando estas se comportam de forma semelhante a elas."

Uma pessoa que afirma coisas destas é obviamente leviana nas suas observações e sofre de um distúrbio de superioridade que as faz acharem-se no direito de generalizar uma situação que provavelmente acontecia raramente no tempo dela. Uma pessoa estúpida basicamente. E o que é que uma mulher ridícula destas tem para dizer? O que é que uma mulher ridícula como esta tem para escrever? Como é que é possível considerar-se este tipo de pessoa, para o que quer que seja? É absurdo e asqueroso. Tanto quem escreve como quem compactua com este tipo de comportamento estúpido, sem sequer ter a liberdade de discordar. Vá-se lá saber porquê.

Concluindo. Acho que em Portugal é impossível não se ser mentiroso para se chegar a algum lado. Se não o formos nunca vamos ser realmente bem aceites. Se expressarmos todas as opiniões sinceramente dificilmente se consegue granjear apoios ou simpatias. Resumidamente, é necessário entrar no círculo e viver dele. Se formos a ver, são sempre os mesmos e os que aparecem novos, na maior parte, aparecem por parte dos mesmos e passam a fazer parte do grupo.

Insólitos Urbanos II

E aqui venho, mais uma vez, presentear-vos, queridíssimos e invisibilíssimos leitores, com mais uma fotografia de um belíssimo erro encontrado pelas ruas de Lisboa. Já foi em 2009 que nos deparámos com esta sugestão gastronómica num qualquer café, durante a nossa visita à capital. Sim, porque nós somos do Norte carago! Do PNRN!

Mas bem, voltando à vaca fria, não tenho muito a dizer sobre este insólito, pois acho que fala muito bem por si. Aliás quem é que disse que tinha que ser caracóis, esse nojentíssimo animal? Pode tratar-se de uma outra qualquer iguaria (!?), ou até de uma fusão, que agora isso das cozinhas de fusão está muito na moda, é in, é fáshione. E fusão entre quê? Questionam-se os caros leitores. Pois bem. Na minha humilde opinião, quer-me parecer que é caracóis e morcões, muito obviamente. Enjoy your meal, arrr!!!

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Apontamentos de Leitura II

Hoje trago-vos a segunda edição desta rubrica.

Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde

04/02/10

É um daqueles livros que se entende porque é que é um clássico que após 200 anos ainda é lido em todo o mundo.
Wilde fornece descrições da época que nos transportam para esse mundo.
Faz-nos notar que também naquela altura muito era superficial.
A trama é extremamente bem desenvolvida com intensidade a subir a cada página terminando com uma verdadeira chave de ouro.

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Vamos Nessa Airness?

Michael Jordan é, para já considerado por muitos o melhor jogador de basquetebol de sempre. Ninguém põe em causa todas as suas qualidades e ele está lá bem alto na apreciação dos fans. Eu incluído.

His Airness, como lhe chamam, tem a melhor média de pontos por jogo de carreira e não parece que alguém esteja perto de o vencer. Ganhou cinco prémios de melhor jogador da temporada regular e seis prémios de melhor jogador das finais numa carreira que culminou com seis títulos da Nba terminando a sua carreira com 32292 pontos marcados. Atrás apenas de Karl Malone (36928) e Kareem Abdul Jabbar (38387).

Os números não enganam. Jordan mudou a Nba com o seu estilo de jogo e conquistou toda a gente. A Nba ficou mais popular às custas dele e ele agora é multi milionário sendo dono da equipa Charlotte Bobcats.

Após Michael Jordan houve e continua a haver apenas um jogador que ensombra o trono de Jordan. Ainda joga e é sem dúvida o jogador mais influente da actualidade. Estou a falar de Kobe Bryant.

Kobe Bryant é um excelente jogador que tem algumas coisas que Jordan não tem. Por exemplo. Haters.Kobe é dos jogadores mais odiados de sempre da Nba. Primeiro porque não foi à universidade entrando para a Nba apenas com 17 anos. Depois porque bem, Kobe é americano mas viveu grande parte da sua infância em Itália e é rápido a dizer que as pessoas nos EUA não fazem ideia do mundo fora do país, inclusive pagando bolsas a jovens estudantes talentosos para que possam estudar na Europa. Toda a gente consegue ver que os Norte Americanos são bastante snob em relação ao que se passa fora do seu país. Kobe é um tipo que diz que o "real football" é aquele que se joga na Europa que eles lá conhecem como "Soccer" e que é o nosso futebol. Bem, uma série de coisas que os Norte Americanos não gostam de ouvir mas que nós sabemos que é verdade.

Mas bem, voltando ao Jordan eu não vou esboçar comparações estatísticas. Jordan tem muitos recordes, Kobe quebrou muitos recordes alguns do Jordan, como a melhor performance de sempre no Madison Square Garden, onde Jordan marcou 55, Kobe marcou 61. Num só jogo Jordan fez 69. Fica atrás ainda de David Robinson que fez 71. Kobe Bryant fez 81, só superado por Wilt Chamberlain nos anos sessenta que fez 100 num jogo que segundo os relatos os adversários terão feito faltas propositadamente para que Wilt chegasse aos 100.

Para chegar ao ponto. Michael Jordan diz que Kobe talvez (?) seja um dos dez melhores jogadores bases de sempre. Isto é, Jordan acha que um jogador como Kobe não faz parte dos melhores de sempre. Todos os analistas têm sido unânimes na incompreensão desta afirmação. A questão verdadeira é: Kobe ultrapassa ou não Jordan no trono? Eu tenho a minha opinião favorável a Kobe. Jordan agradava a toda a gente e preocupava-se com isso. Kobe nem por isso e esse facto agrada-me porque bem, eles estão lá para jogar, não para agradar. Kobe tem uma vontade feroz e se é verdade que Jordan jogou um jogo com gripe Kobe jogou os Playoffs do ano passado com dores de costas, dedo mindinho deslocado, dedo indicador partido (ambos na mão lançadora), entorse no cotovelo, entorse no joelho direito. Lesões que o afectaram praticamente durante toda a época e Kobe recusou-se a parar de jogar. Toda a gente disse que ele devia parar que não ia conseguir etc. Resultado 29.2 pontos por jogo de média nos Playoff e mais um título na algibeira. É isto que eu aprecio em Kobe Bryant. Toda a gente diz que ele não vai conseguir, mas ele consegue continuar em grande nível, se os Los Angeles Lakers não ganharem dificilmente será por falta do desempenho de Kobe Bryant. Há muitas pessoas que em empregos sem esforço físico faltam por causa de dores de cabeça. Agora imaginem se tivessem essas lesões todas e tivessem de jogar.

Quanto a Jordan só justifico a afirmação dele com um problema qualquer que ele tenha na avaliação ou na relação com Kobe Bryant. Será que foi por causa disto?


Quem sabe?

Do you remember the time?

Hoje vou fazer um post de caridade.

Tenho muita pena daquele casal de Barcelos que ganhou o Euromilhões e que após isso se separaram e agora andam às turras por causa dos 15 Milhões. É que tenho mesmo pena.

Deixo aqui o endereço da notícia. Tentem bloquear as imagens pois são impróprias. Não pela sexualidade implícita mas sim pelo aspecto grotesco das personagens. Nomeadamente ele. Parece o actor principal do Twilight.

De qualquer das maneiras e espero que este casal ridículo compre aqui as suas laranjas e veja esta que lhes dedico especialmente pois tenho muita pena deles. Patetas.

Insólitos Urbanos I

Bem, aqui está uma nova rubrica do nosso blog. Tem um nome parvo porque eu sou impaciente nestas coisas e tinha de arranjar um. Ou era isto ou Cenouras Revoltadas. Passo a explicar de que se trata esta nova secção que passará a ser tão habitual quanto as vezes que nos depararmos com estas coisinhas, tão habituais, mas por vezes tão escondidinhas, como pequenos tesouros à nossa espera. Ou não. Mas adiante.
Ao longo de toda a nossa vida deparámo-nos com belíssimos erros ortográficos em todo o lado! Mas há alguns que, quer pelo seu contexto, pelo seu insólito, pela sua parvoíce ou pelo seu autor, não nos deixam indiferentes.

Esta primeira rubrica (se é que assim lhe posso chamar) mostra uma pérola encontrada em Quarteira, num qualquer cardápio de um qualquer restaurante. Espero que a apreciem (sim, nós sabemos que vocês estão aí) tanto quanto nós. Até porque esta é dupla!


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E falava eu em Zubeida

Há uns tempos tive uma conversa sobre nomes parvos. E repeti várias vezes o nome Zubeida. Mas agora há uma nova luz. Lyonce Viiktórya.

É verdade, foi descoberto um novo tipo de linces em Portugal que... É mentira. Coitados dos linces.

Mas bem. Eu nem costumo falar de pseudo celebridades mas o nome escolhido pela Luciana Abreu e pelo Yannick Djaló para a filha é algo de aterrador.

"Lyonce [resulta] (adoro o resulta dentro do parentesis recto para se dizer uma coisa que deveria ser implícita mas na verdade não está implícita e por isso convem esclarecer. É como comer uma laranja com forma de banana, convem sempre esclarecer que é uma banana)da fusão de Luciana e Yannick e Viiktórya pelo nosso amor ter triunfado e ter vencido todos os obstáculos e má língua de tanta gente, principalmente daqueles que até hoje só apareceram na nossa sombra, graças à nossa luz e por sermos figuras públicas tão mediáticas"

Mas bem, venceram a má lingua com o produto supremo da má lingua. Lyonce. Ainda estou estupefacto. E Viiktórya? Meu Deus, ainda me mijo todo com isto. Se eu recebesse um mail com semelhantes palavras acho que o classificava imediatamente como SPAM.

Receber um mail de um nome desses dá logo azo a pensar que é daquelas princesas nigerianas que estão num campode refugiados e pedem-nos dinheiro a troco da sua futura fortuna.

Por outro lado Viiktórya é o powerhouse dos sms. Os dois I e o K em perfeita harmonia com o Y.

Enfim. Felicidades Lyonce Viiktórya. Pelo menos até descobrires o teu nome.

P.S - Vejam esta reacção de um amigo meu após lhe ter dito Lyonce Viiktorya

Como a Blitz derrotou a estupidez.

Primeiro Capítulo.

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Especial Heróis da Guitarra. Como podem ver, no ano passado a Blitz teve o desplante de publicar uma capa onde põe, basicamente no mesmo patamar 5 nomes.

Jimi Hendrix, Jimmy Page (até aqui tudo bem, a partir daqui é que fica estúpido), Slash, Legendary Tigerman (:O) e Jack White.

Eu faria figura de estúpido se dissesse que estes cincon guitarristas não são bons. São sim. Todos eles têm grandes riffs, que uns gostam mais e outros gostam menos e têm um "feeling" pela guitarra.

Agora, há uma coisa. Jimi Hendrix, nos Estados Unidos reinventou a forma de tocar guitarra, com a utilização de fuzz e pedais de expressão dando um novo ar à guitarra eléctrica. De certa forma e com a sua capacidade recriou a guitarra eléctrica.

Jimmy Page pouco depois aparece em Inglaterra e dá à guitarra o ar e o som mais poderoso conhecido até à data reinventando não só a forma de tocar guitarra mas a forma de se escrever música rock.

Nada seria o mesmo depois destes dois senhores, portanto é absurdo colocar estes dois lado a lado com três guitarristas que bebem toda a influência jorrada pelos dois primeiros. Apenas por uma questão de respeito pela história da guitarra eléctrica.

O mote da edição é ainda mais ridiculo. "Como eles derrotaram a cultura DJ". Isto é fabuloso. Porque primeiro ninguém percebe bem o que é que se quer dizer por DJ. Se é o DJ que põe a música na rádio ou se é o DJ que põe música nas discotecas.

Se é o DJ que põe música nas rádios é estúpido, porque nos anos sessenta e setenta a rádio passava o que era realmente bom. Led Zeppelin passava na rádio, Jimi Hendrix passava na rádio, Eric Clapton e os Cream, Pink Floyd etc etc passavam na rádio, não por cedência mas por real admiraaçao pelos bons trabalhos. Isso de facto não acontece com os DJ's de hoje que só passam aquilo que a maioria quer ouvir, mas daí a estupidez. Há uma grave desadequação temporal na afirmação.

Se é o DJ que passa a música (ridícula) na discoteca, é também estúpido, porque nenhuma destes músicos deve ter músicas a passar nas discotecas (á excepção de alguns remix da Seven Nation Army).

Quanto ao Slash, não sei se alguém reparou mas ele continua a ser o mesmo tipo que tocava nos Guns'n'Roses. E continua a viver dessa fama. Não tem um único trabalho relevante para apresentar. Guns'n'Roses que são tão espectaculares que um dos seus maiores sucessos nem é deles, é do Bob Dylan.

Jack White é uma pessoa de quem eu até gosto mas que desde a paragem dos White Stripes me vem desiludindo. Precisa de fazer um refresh e precisa que alguém lhe diga que não basta fazer música com de 1970 para ter boas músicas. Os Dead Wheather deviam ser Under the Weather. São muito fraquinhos.

Legendary Tigerman, nem comento. Só acho que ele pode tocar milhões mas não tem nenhum trabalho fora de série.

Segundo Capítulo

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Como se pode ver na segunda capa publicada este mês (portanto é estupidez fresquinha) a Blitz teve o duplo desplante de apresentar os Heróis da Guitarra gama baixa. Passo a apresentar. Da esquerda para a direita.

Mark Knopfler - É um guitarrista que tem uma forma fabulosa de tocar baseada em técnicas da idade média e tem um toque próprio, mas que mesmo assim é relegado face a Slash, Jack White e Legendary Tigerman (:0).

Tom Morello - É um guitarrista um tanto ou quanto conceptual, mas pessoalmente não gosto nem creio que seja dos melhores, é dos mais admirados, que é diferente, mas fans dos Rage Against the Machine há aos molhos.

Matt Bellamy - É um guitarrista, que ultimamente é mais falado pela intenção de tocar no espaço do que pela música que faz. É verdade que tem bons riffs de guitara, mas também é verdade que parece ter-se esquecido como é que se faz desde que decidiu que o objectivo era chegar aos EUA e então até músicas de merda para o crepúsculo de merda fazem. Ouvi dizer que estava para ter um filho ou que já teve (o tipo de coisas que se fala na Blitz). Tendo em conta que a mulher dele é a Kate Hudson, que tem muito nome e pouco trabalho, e tendo em conta que começaram a namorar na Primavera de 2010, se calhar até teve o filho para ter um pouco mais de visibilidade nos EUA. Basicamente, é um vendido.

Kurt Cobain - Kurt Cobain pode ter escrito muito boas músicas, das quais não gosto, mas bem daí a ser grande guitarrista é um abismo. A Blitz não acha o mesmo. Não interessa se ele era um tipo que nem honestidade artística tinha para parar de tocar a Smells Like Teen Spirit quando obviamente já estava farto. Toca guitarra? Sim. É conhecido? Sim. É uma autêntica lenda por fazer música de colégio e foi elevado a lenda após o suicídio? Sim. É um grande guitarrista? Não, mas que é que interessa? É isto que vende,

Angus Young - Só digo isto. Um tipo que é mais conhecido pela parvoíce (dança) que faz enquanto toca do que pela sua música.

Resumindo a Blitz em 10 nomes deixa para trás, só para referir alguns: Eric Clapton, David Gilmour, Stevie Ray Vaughn, BB King, Keith Richards, Ritchie Blackmore, Jeff Beck, Les Paul, Carlos Paredes (que em alguns sites está no top 50 de sempre), Brian May e a lista goes on and on and on and on and on...

Acho ridícula a falta de honesitdade intelectual desta revista. Eles deveriam dizer os 10 guitarristas mais venerados. Uns pela qualidade e outros pela parvoíce.
Porque Jimi Hendrix e Jimmy Page foram revolucionários. Depois há muitos guitarristas que têm um toque diferente, mas por exemplo o Matt Bellamy tinha um estilo que alterou apenas para ter mais sucesso. O que é muito estúpido.

O Ar Da Manhã

Quando estamos nestes dias de Inverno, muito frios e de sol no céu, por volta das oito da manhã recordo-me sempre de várias coisas.

O ar da manhã faz-me lembrar quando tinha uns quatro anos e estava com o meu irmão à beira da estrada e os dois fazíamos um jogo em que, à vez, construíamos a nossa garagem ficando com os carros que aleatoriamente nos passavam à frente. Um para mim, um para ti. No fim quando estava para chegar a carrinha discutíamos quem tinha ficado com os melhores.

O ar da manhã faz-me lembrar quando a minha mãe me levava pela mão até à casa do Sr Chiquinho e da Dona Sãozinha. Ficava lá a brincar com a neta dela até ser hora de ir para a escola, enquanto os avós comiam papas ao pequeno-almoço eu brincava com uma moto quatro de plástico enquanto a neta deles brincava com as bonecas.

O ar da manhã faz-me lembrar quando por vezes, entre os 8 e 9 anos a minha mãe me deixava faltar às aulas. Principalmente à Sexta Feira, dia em que a minha mãe só trabalhava de manhã e à tarde ia sempre dar uma volta a uma feirinha. Eu dizia que me doía a cabeça e a minha mãe resistia muito mas acabava por me deixar ficar. O que eu queria era ir passear com ela à tarde.

O ar da manhã faz-me lembrar os Domingos em que me levantava às sete para ir com o meu pai à missa. Íamos a ouvir a rádio da região e eu ia sempre com as mãos debaixo das pernas para aquecer. No fim íamos comer as torradas maravilhosas feitas pelo Sr António no Café Vitória. Fazíamos uma raspadinha e outra se ganhássemos, e depois íamos para casa.

O ar da manhã faz-me lembrar aqueles dias da semana frios em que eu tinha de me levantar para ir para a escola. Agasalhava-me muito mas estava sempre frio da ponta do nariz às pontas dos dedos. Ia para escola ter aquelas aulas de educação física mesmo pela manhã numa escola onde era bastante gozado e de vez em quando lá tinha que distribuir chapada.

O ar da manhã faz-me lembrar quando já no décimo ano ia para a escola que era no ponto mais alto da cidade. E tinha que caminhar por aquelas ruas da minha querida cidade com belas casa à volta, para as quais não conseguia resistir a dar uma espreitadela, pensando como seria a minha casa e como seria a minha esposa.

O ar da manhã lembra-me de quando ia ter com um amigo meu para irmos juntos para a escola e sempre que passávamos por uma pastelaria em especial ficávamos mal dispostos pelo cheiro esquisito que vinha de lá de dentro. Lembra-me de ter ganho juízo e passei a gozar com aqueles que gozavam comigo. E passei a ignorar todas as pessoas que não me diziam nada, que era basicamente toda a gente.

O ar da manhã lembra-me de uma manhã fria em que me levantei às sete numa folga para ir ter com o meu amor que não via há três meses. Lembra-me de esperar junto a uma árvore com a ânsia de a ver aparecer naquela esquina e a conter-me para não correr para lá.

O ar da manhã lembra-me que desde o dia em que eu ficava a contar os carros já passaram 20 anos e eu nem dei por isso. Agora o ar da manhã apenas significa que tenho de ir para a cama dormir enquanto o sol se põe alto. E acordar, muitas vezes, quando ele já se pôs. De certa maneira fico triste, mas ao mesmo tempo fico feliz. A cada passo que dou sem rede cada vez mais me convenço que aquilo que fiz, fiz bem e se não fiz melhor foi porque não pude. Tenho cada vez mais a certeza que fiz as escolhas certas e que durante os quase 24 anos que passaram fui sempre aquilo que realmente sou. Nunca verguei a nada que não quisesse e isso fez de mim um lobo quase completamente solitário. Sem ninguém a quem contar as minhas alegrias muitas vezes e sem ninguém a quem confessar as minhas mágoas. Durante muito tempo foi só a minha mãe que ouviu os meus desabafos quando eu já pouco mais podia aguentar.

Só porque vocês que fazem parte desse mundo de palhaçada não conseguem aguentar uma única pessoa que seja diferente de maneira alguma. Não conseguem aguentar aqueles que não fazem parte do estereótipo. Não conseguem aguentar qualquer discussão fundamentada em que não têm razão e então a solução é espezinhar. Espezinhar e mais espezinhar. Só que eu tenho uma notícia para vós. Eu ainda aqui estou. Com um bom trabalho e com um salário seguro que dobra o mínimo todos os meses. E vocês, pessoas de merda, acabais a trabalhar em caixas de supermercado a implorar por segurança e por saída da precariedade. Acabais a trabalhar em fábricas onde sois autênticos escravos a trabalhar uma e duas e três horas a mais por dia por uns míseros euros. Acabais o dia no café a dizer merda e a ver futebol e a ser parte do estereótipo. Acabais a chegar a casa e bater nas namoradas ou mulheres porque simplesmente não sabeis digerir as coisas.

Eu engoli muito sem responder porque não vale a pena responder a todas as parvoíces. Não me orgulho de estar por cima. Orgulho-me de poder dizer que praticamente durante toda a minha vida apenas fiz o que quis. E posso estar quase sozinho. Mas nunca estive e nunca estarei sozinho. E pode até acontecer-me muita coisa má, mas ao menos orgulho-me por ser quem sou e nada mais. E peço desculpa a todas as pessoas que magoei sem intenção. Mas se o fiz foi para, muitas vezes, não ser ainda pior.

E aviso que há pelo mais uma pessoa da minha espécie.

Eleições

Aproximam-se as eleições presidenciais e aproveito aqui para deixar algumas opiniões que tenho acerca destas eleições.

Em primeiro lugar a abstenção. Eu irei votar e num mundo ideal todos iríamos votar. Mas em Portugal a abstenção é um flagelo.
Eu compreendo que as pessoas estejam um tanto ou quanto cansadas de ver o país mergulhado em sucessivas crises, que se prolongam independentemente de qual é o governo, apesar de considerar esta visão um tanto ou quanto naif e de certa forma um sacudir de capote, muitas vezes relacionado com a permanente aversão às pessoas que fazem política. Basta ser político para ser um cabrão hoje em dia. Não interessa aquilo que se conseguiu ou não. O que interessa é que é político.
Mas bem, voltando à abstenção. Gostava muitas vezes que as pessoas se pusessem na pele dos Capitães de Abril. Esses bravos homens que arriscaram a vida em prol de um país melhor, livre de uma ditadura e com direito a opinião e liberdade. Votar é um direito que assiste a todos, mas é também um dever. Está nas nossas mãos escolhermos quem queremos nos cargos sujeitos a sufrágio. Por outro lado é insultuoso que alguém há 37 anos um grupo de militares tenha arriscado a vida pelos direitos dos portugueses e agora mais ou menos metade dos portugueses votantes está-se simplesmente marimbando para isso. Pelo menos eu sentiria-me insultado no lugar deles. Assim sinto-me apenas insultado pela iliteracia que leva à abstenção.
Até porque eu imagino-me em casa de alguém, de um amigo por exemplo. Estou lá e a mãe desse meu amigo vem perguntar-me "Queres jantar carne ou peixe?" ao que eu ou não respondo ou respondo nulamente. Se no jantar me aparecer peixe eu não me posso queixar. Porque afinal eu não quis escolher. Eu preferi que outros escolhessem por mim e a partir daí tenho de viver com essa escolha.
Pois então, não se passa o mesmo nas eleições?
Terei eu direito moral de me queixar de alguém eleito por uma maioria contra uma minoria, sem que eu faça parte de nenhuma das partes. Eu não votei a favor mas também não fiz nada contra. Portanto tenho eu alguma moral para me queixar? De quê? De uma promessa não cumprida? Não porque eu nem sequer acreditei nessa promessa e não votei a favor dela. Queixo-me que o outro candidato seria melhor? Não, porque eu também não votei nesse candidato. Abstive-me alegremente sem tomar uma posição.
O problema é que a grande maioria das pessoas acha que ainda assim, apesar de não ter qualquer posição, tem direito moral a queixar-se.
Portanto aqui fica o meu apelo. Votem, com consciência, mas votem em alguém, mesmo que saibam que esse alguém não vai ganhar ou já tem a eleição ganha. As eleições são um dos poucos momentos em que o nosso voto conta igual. O Presidente da Republica tem direito a um voto como qualquer outro cidadão e é esta a oportunidade que o povo tem de se fazer ouvir, mais do que em manifestações com sensação de Deja Vu e sem qualquer sentido a não ser o aproveitamento partidário.

As minhas outras opiniões prendem-se com os candidatos. O voto é secreto, portanto não vou estar aqui a fazer campanha por ninguém nem a dizer em quem vou votar. Mas reflectindo poderão aperceber-se de quem será.

A candidatura de Cavaco Silva, actual Presidente da Républica, peca pelo mandato que ele exerceu de forma pobre e incoerente, mandato esse que permitiu toneladas de mal entendidos. A maior desilusão veio em forma de comunicado acerca das escutas à Presidência no Verão em altura eleitoral. Foi ridículo. Podem ler o comunicado total aqui http://www.presidencia.pt/?idc=22&idi=31744. Um Presidente, que dias antes havia demitido o seu assessor mais próximo que também era o mais envolvido na polémica. Destaco duas citações neste comunicado:

"(...)Durante o mês de Agosto, na minha casa no Algarve, quando dedicava boa parte do meu tempo à análise dos diplomas que tinha levado comigo para efeitos de promulgação, fui surpreendido com declarações de destacadas personalidades do partido do Governo exigindo ao Presidente da República que interrompesse as férias e viesse falar sobre a participação de membros da sua casa civil na elaboração do programa do PSD (o que, de acordo com a informação que me foi prestada, era mentira).(...)"

Pois, se eu pudesse fazer uma pergunta, perguntaria o porquê de "na minha casa no Algarve" e "interromper as férias". Porque há centenas de portugueses que interrompem as férias e fazem mais de 300km por causa do trabalho. É só um pouco prepotente o realce. Não me interessa onde é que o presidente está, porque onde quer que esteja a fazer o que quer que seja tem de pôr Portugal à frente de tudo. Se simplesmente não queria declarar nada na altura em que estava de férias, não porque estava de férias, mas porque não achava apropriado, então limitava-se a dizer que não tinha nada a declarar.

(...)Repito, para mim, pessoalmente, tudo não passava de tentativas de consolidar os dois objectivos já referidos: colar o Presidente ao PSD e desviar as atenções.(...)

Toda a gente sabe que desde o início da carreira política, ainda no tempo de Sá Carneiro, que Cavaco Silva é um militante que em tempos foi o dirigente máximo do PSD. É assim tão difícil presumir que no fundo Cavaco Silva apoia o PSD? Não. O que é grave é que o presidente na declaração refere umas três vezes a tentativa de colagem ao PSD, como se tratasse de colar o Presidente à Mafia. Mais grave ainda é que ao afirmar tantas vezes transparece exactamente o contrário. A negação do óbvio. Mais uma vez o Presidente tem de estar acima e apenas tinha que dizer que estava acima de qualquer posição político-partidária. Não interferir.
Acontece que a tal demissão de um membro da sua Casa Civil veio desmembrar todo o embroglio inicial. Porque recorde-se que as primeiras acusações graves na altura foram contra o primeiro-ministro, especulando-se que este, através de um assessor, escutou membros da Casa Civil. Acusação essa veiculada precisamente pelo membro da Casa Civil que foi despromovido. E isso fez pender a balança a favor do PS. Esta declaração foi um emendar a mão, mas que destruiu qualquer boa colaboração entre governo e presidência no futuro. E essa colaboração é muito mais essencial do que qualquer emenda.
Caso para dizer que foi pior a emenda que o soneto.

Quanto a Manuel Alegre. Eu louvo toda a intervenção que ele teve no pós 25 de Abril como membro de sucessivos governos e da assembleia constituinte. Mas o teatro que fez durante 5 anos, em que foi uma autêntico menino amuado com o seu partido foi ridículo. Bem como a sua presença nas listas eleitorais (por altura das legislativas) num momento em que não estava bem com o partido, facto consumado em algumas infracções da disciplina de voto do grupo parlamentar. Mas pronto, agora teve o doce que tanto chorou durante 5 anos e aceitou-o. Com a benesse de ter o Bloco de Esquerda a apoiá-lo agora. Bloco de Esquerda utilizado várias vezes por Alegre para alfinetar José Sócrates.

Fernando Nobre é um candidato independente e que tem feito uma campanha de ideias. Nota-se que tem um espírito de sacrifício e tem uma natureza prática nas suas propostas. Contra ele joga o facto de não ser um homem de multidões. Uma pessoa assim dificilmente ganha uma eleição. E obviamente em última instância ele não tem qualquer experiência política e é, por isso, imprevisível a sua eventual actuação como presidente numa altura em que é necessária muita estabilidade institucional. Porém a ausência de experiência política também lhe dá a isenção muito necessária ao cargo.

Francisco Lopes é a mesma cassete do PCP, que agrada a todos mas não enche a barriga a ninguém. As propostas do PCP são inóquas e de aplicação duvidosa. O partido está parado nos anos 70.

Defensor Moura é a grande incoerência. Critica a corrupção, contudo foi presidente de uma câmara que deixou viver (e continua a deixar) o maior embuste de construção civil em Viana do Castelo. É algo de duvidoso. A única proposta que se aproveita é a da regionalização, com a qual, instituída correctamente, concordaria.

José Manuel Coelho é um candidato que só vem ganhar tempo de antena para falar contra Alberto João Jardim.

E está tudo dito. Não sei se influenciei alguém, mas acima de tudo, se influenciei espero que seja no sentido de não se absterem. Votem.

Apontamentos de Leitura I

Ora hoje vamos falar de livros.

Decidi partilhar aqui convosco uma espécie de diário de leitura que mantenho.
Pois então tenho o meu caderninho de apontamentos em que num dos separadores vou sempre que acabo um livro. Tento pôr a data de início e fim, mas nem sempre me lembro nem de uma nem de outra. Portanto aqui vou pôr a digitalização da página ou páginas que eu escrevi, portanto terão a oportunidade única de admirar a minha letra.
Vou também transcrever pois a minha letra nem sempre se percebe bem.

Vou criar um separador lateral no blog com os vários posts desta rubrica. Se consultarem as nossas secções de literatura terão também links para os reviews disponíveis.

Não garanto que não haja spoilers mas na generalidade não revelo muito.

Desfrutem.

Jonathan Strange &; Mr Norrel

Susanna Clarke

É um livro fascinante.No Séc. XVIII ou XIX, já não me recordo bem, passa-se uma história mágica de dois magos em Inglaterra. O livro conta a história da paulatina evolução de Mr. Norrel e a ascensão fulminante de Strange, que não passava de um boémio que não sabia bem o que fazer da vida até que no meio dos arbustos alguém lhe disse que não só ele seria um mago, mas seria também um dos maiores de sempre.
Agora me apercebo da analogia engraçada. Norrel também teve a sua fase de Rei Corvo mas não tinha meios para conseguir grandes proezas ao longo da vida. (2ª página) Strange evoluiu depressa e teve, tal como Norrel, a sua loucura por Uskglass. Mas Strange teve a ajuda de Norrel que nesta altura já estava descrente em relação à magia do Rei Corvo.
É então que estala o verniz e os dois separam-se. A trama é extremamente bem escrita e bastante densa.
As descrições são maravilhosas e as pequenas histórias que rodeiam o enredo central são de uma beleza fabulosa.
Sabe bem este livro, é fantástico e forte. Esperemos mais 10 anos pelo próximo livro de Susanna Clarke.
Strange 1
Jonathan Strange & Mr Norrel 2

Toute ma vie...




est avec toi.


Numa retrospectiva de 2010 (ou não - vamos a ver), lembro-me de ter estado acordada até às tantas para ver o Unstaged em directo - nada de especial tendo em conta as horas a que me deito durante o verão, que não me deito tarde - já é cedo - mas estar ali, a sentir o cheiro da tinta fresca do meu quarto recentemente pintado, quase sem móveis, tu a dormir que nem um gato só te faltava o ronron, e eu em frente ao monitor a ver um concerto em directo de um sítio muito longe de uma das pouquíssimas bandas que me aquecem o coração. Só me deu mais vontade de os voltar a ver ao vivo (Super Bock Super Rock '07 HELL YEAH) , e ver assim um concerto à distância é altamente esquisito! É quase como se não fosse. Mas bem. Gostei, só fiquei um pouco nostálgica e com um pouco de ciúmes (que estupidez) de quem pode estar ali a ouvi-los. Mas se eles sempre vierem este ano lá os estarei a ver. Com toda a minha energia e esperança palerma de que se lhes acenar, eles vêem, mas é algo que faço sempre, pronto.
De acrescentar que mesmo online, foi fixe ouvir o Terry Gilliam, e ficar naquela expectativa do concerto.
Afinal uma das minhas bandas preferidas a passarem com a direcção do Terry Gilliam, que bastante admiro, o que poderia ser melhor? Só quando eles vierem, claro.
E termino agora este texto com pouco sentido referindo só que é uma pena a maioria das pessoas não perceberem de todo a mensagem deles.
Mas isso será tema para outras escrivinhações. O que interessa é que talvez eles venham e que eu os vou ver, e que se há muito tempo que espero por eles, o Unstaged certamente que me deixou ainda mais ansiosa!

Laranjadas musicais

Um dia estava numa pastelaria com um amigo meu e estava a dar música de porcaria. Naquela altura havia essa grande banda os EZ Special, que tinham aquela grande música do terererereru em que ele se confessava e dizia “I really am such a fool”. Nunca se disse tanta verdade numa canção. Mas bem, continuando. Eu e o meu amigo concordamos que se desse alguma música dessa banda tínhamos que ir embora. Basicamente, esse seria o limite que aguentaríamos. Eis senão quando, começa a dar aquela grande música da grande banda que tínhamos referido há cerca de 30 segundos. Saímos imediatamente e eu por mim falo, nunca mais lá voltei, já não me sabem bem as coisas de lá.

Uma outra ocasião passei pelo David Fonseca. Não nutria especial admiração mas também não tinha especial aversão. Obviamente, uns dias mais tarde li uma entrevista em que ele dizia algo do género (não exactamente mas com o mesmo significado), que uma tragédia era o dia em que o Jon Bon Jovi nasceu. Muito bem, eu gosto de Bon Jovi, mas analisando a música que o David Fonseca faz e aquilo que os Bon Jovi fizeram, não vejo qual é o problema dele. Até parece que ele, David, lançou algo de revolucionário na música. Isto para mim ainda é mais absurdo quando um dos riffs da música que o catapultou para a fama nos Silence 4, a Borrow, é bastante semelhante na sua composição, a um outro riff de uma música de 1986 dos Bon Jovi chamada Wanted Dead Or Alive.

Portanto, desde então abomino tudo o que ele faz. Porque bem, eu sei que parece bem dizer que Bon Jovi é parolo e é sempre a mesma coisa. Parece alternativo. Só que vindo do David Fonseca parece apenas alternativamente estúpido. Alternativamente estúpida é uma pessoa que critica as coisas que têm sucesso para parecerem diferentes mas no fundo fazem mais do mesmo, sem que a qualidade seja superior. Obviamente Bon Jovi é superior a David Fonseca. Por razões óbvias. Para além de ficar mal a um músico tão influenciado pelos anos 80 estar a criticar uma das maiores bandas dos anos 80. Hoje estava a dar música na rádio do Centro Comercial e quando reparei que era David Fonseca torci o pé, o que vem consumar a minha aversão actual à música dele.

Noutro dia tive, por circunstâncias profissionais, de atender um pedido do Pedro Abrunhosa. Nos meus tempos de empregado de mesa, a coisa que mais detestava era este tipo de diálogo:

Eu: Então o que deseja?
Cliente: Cabrito assado na sanita. Tem?
Eu: Desculpe mas de momento apenas temos assado no forno.
Cliente: Mas esteve a marinar em urina?
Eu: Com certeza.
Cliente: Então vou querer isso.
Eu: E para beber?
Cliente: Pode ser um Ice Tea?
Eu: De quê?
Cliente: Um qualquer.

Lá ia eu, pegava no primeiro Ice Tea e quando chegava lá:

Cliente: Ah de pêssego não gosto.

Era então que tinha vontade de lhe enfiar o saca rolhas nos olhos. Por essas e por outras a minha vida de empregado de mesa só durou três dias e meio. Não estou para aturar clientes parvos juntamente com patrões estúpidos e colegas de trabalho abomináveis.

Ora então o Sr Pedro Abrunhosa pede uma sandes de fiambre, implorada pelo seu representante ou lá quem era. Eu bem não queria, dado que não é minha função fazê-lo, mas após a insistência cedi e lá fui cortar fiambre para fazer a sandocha real. Quando chego, afinal o mestre já não queria de fiambre, queria de queijo. Arrependi-me logo de ter aceite fazer a porcaria das sandes de fiambre. E bem, lá fui eu fazer de queijo. Mas como vingança fiz no mesmo pão e espero que ele tenha alergia ao fiambre e que o pão tenha ficado com o sabor do fiambre. Ainda me apeteceu dizer lá ao tipo que fez o pedido “Olhe, com aqueles óculos até podia ser paté de óleo queimado. Nunca iria distinguir a diferença”. Mas pronto.

Outra parvoíce que me aconteceu foi com esse grande músico do heavy metal. Sim, aquele que participava no Amália Hoje, também esse um grande projecto de metal. Ou não. De qualquer das maneiras. Lembro-me do dia em que fui ver os dEUS ao Festival Marés Vivas no dia 17 de Julho. Antes do concerto quando estava em casa estava a ver uns vídeos no youtube de uma rubrica de humor. De entre dezenas tive de acertar em cheio naquele em que o convidado era o Fernando Ribeiro e lembro-me perfeitamente de dizer “Que chatice. Vamos ver o próximo que não me apetece ver este tipo”. Não é nada de pessoal. Apenas não gosto. Só que obviamente as coisas perseguem-me e quando após ter visto os dEUS me estava a vir embora cruzei-me precisamente com o mesmo Fernando Ribeiro e pensei “Que raio de sorte, tantos sítios no país e tinha que passar logo aqui”. Para além de que não percebi. Então não vai ver dEUS e vai ver Ben Harper? Concertos na praia? Pff.

E isto é muito giro.